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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Semana 1 - O que podemos dizer sobre o Reino

Uma introdução a Teologia do Reino de Deus


Observando a Idéia geral.
Jesus estava centrado no Reino.
A teologia do Reino de Deus tem suas raízes no Antigo Testamento. Os profetas descreveram o Reino com um dia, quando homens e mulheres viveriam juntos em paz, quando os problemas sociais seriam resolvidos e todo o mal teria fim (Is 2:4, 11:6).

No Novo Testamento, mais especificamente no ministério de Jesus está o conceito do Reino de Deus. Os autores dos Evangelhos Sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) encheram seus livros com ensinos sobre o Reino. Eles freqüentemente resumiram o material como o livro de Marcos diz: “Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.”(Marcos 1:14,15). Este breve resumo do autor demonstra a idéia das palavras e açoës de Jesus.

Mateus também faz um resumo de forma parecida. Ele sucintamente apresenta o ministério de Jesus em 4:23 e 9:35, como sendo centralizado no Reino. O próprio Jesus também resumiu a mensagem do Reino quando ele deu instruções aos seus doze discípulos (Mat 10:5-15). O evangelho do Reino é o único evangelho que manda seus discípulos a pregarem. No texto que Lucas relata o envio dos setenta discípulos (Lc 10:1-12), Jesus usa esta mesma linguagem.

O termo Reino estava constantemente nos lábios de Jesus, e a idéia do Reino era central durante as proclamações de Jesus. Suas palavras vieram para nos ensinar como entrar no Reino (Mat 5:20, 7:21). Suas ações provavam que o Reino estava presente em seu ministério (Mat 12:28). Suas parábolas informaram sobre os ministérios do Reino (Mat 13:11). Suas orações mostraram aos seus discípulos o desejo de seu coração, que o Reino viesse à terra (Mat 6:10). Sua morte, ressurreição e assencao nos transformou em instrumentos do Reino (At 1:8). Em sua segunda vinda promete a consumacao do Reino para seus filhos (Mat 25:31, 34).

O que outros pensam sobre o Reino
Durante a historia, o Reino de Deus tem sido interpretado de muitas maneiras. Aqui estão alguns exemplos:

Por trás das câmeras.
C. H. Dodd defende que o Reino de Deus foi plenamente realizado no ministério de Jesus. O reino de Deus é um local terreno, onde há retidão, paz e alegria. Estes são os benefícios para aqueles que guiaram sua vida pela direção do Espírito. O Reino é uma realidade presente, esta idéia é baseada em passagens como: Mateus 12:28, Romanos 14:17 e Isaias 2:4.

Uma segunda forma através da qual o Reino é visto, o apresenta como um lugar de bênçãos futuras que vai acontecer com a Segunda Vinda, para o povo de Deus (IÇO 15:50, Mat 8:11, II Pe 1:11, Mat 25:34). Os seguidores de Jesus entram no Reino quando ele retornar. O Reino vindouro traria um fim ao velho comando da humanidade e começaria uma nova existência, com um comando celestial. Por isso o Reino é futuro e sobrenatural. Basicamente o proponente desta idéia era Albert Schweitzer.

Adolph Von Harnack sugeriu outra teoria. Para ele o Reino foi reduzido a um domínio subjetivo. É uma bencao interior e redentora (Rom 14:17). O Reino é expresso através do novo nascimento (Jo 3:3) e é um poder interior que penetra o espírito humano e o domina.

Ainda outra visão do Reino de Deus foi criada por Santo Agostinho. Ele cria que o Reino e a igreja eram a mesma coisa. Este ponto de vista ainda é comum como nosso próprio linguajar sugere. Nós falamos sobre trazer pessoas para o Reino, o que é um sinônimo de traze-los para a igreja. Ele cria que conforme a igreja cresceu, também cresceu o Reino. Conforme a igreja leva o evangelho ao mundo, o Reino cresce. Ainda há outras visões que enfatizam: O Reino de Deus deveria estar ligado a governos e nações do mundo (Apocalipse 11:15), que o Reino é um domínio no qual devemos entrar agora (Mat 21:31), o Reino é um domínio no qual devemos entrar amanhã (Mat 8:11), o Reino é ao mesmo tempo um presente de Deus dado para o futuro (Lucas 12:32), e um presente que deve ser recebido no presente (Marcos 10:15).

Mãos a obra na interpretação.
O que é o Reino?

Domínio
Reino é normalmente entendido como o local de domínio de um Rei. Um exemplo de nossos dias é o Reino Único que é constituído por várias nações: Grã Bretanha, Escócia, Irlanda, País de Gales etc... O povo que vive neste Reino está sujeito a um Rei ou Rainha que exerce autoridade sobre este povo.
Reino-Poder
Outra forma de analisarmos a idéia do Reino é achada em sua definição no dicionário: “O Reinado ou poder que o rei tem sobre seus súditos.” Esta definição é a mais próxima do significado primário das palavras usadas no Hebraico e Grego, do que o conceito de domínio. Em hebraico a palavra para Reino é malküt. A palavra usada em Grego é Basiléia.

Por trás das câmeras
O Reino no antigo Testamento
Dr. James Kallas sugere em seu livro: Jesus e o Poder de Satanás que Jesus jamais explicou o Reino porque as pessoas a quem ele estava falando entendiam ou ao menos pensavam que entendiam o seu significado (Kallas 1968 119) O Antigo Testamento apresenta o Reino no contexto de uma escatologia e expectativa Judaico-Messianica. Eles criam que Deus os livraria, isto era sua esperança para o futuro. Israel teve seu auge durante o reinado de Davi e Salomão. Daquele ponto em diante Israel entrou em declínio. Com a morte de Salomão o reino dividiu-se em dois Reinos, cada qual com seu próprio Rei e Governo. Esta divisão gerou um desejo entre os Judeus, que Deus restaurasse a eles as bênçãos do passado. Há duas formas, através das quais o Reino começou a ser entendido. A primeira chamada de o Conceito Davídico e a segunda , conhecida como o Conceito Apocalíptico do Reino de Deus.

O conceito Davídico do Reino.
A esperança de Israel era que Deus enviaria um rei como Davi. A ênfase de Israel era militar e geográfica. Israel queria o retorno de um Reino nacionalista. Os profetas do antigo testamento começaram a usar a expressão “o dia do Senhor”, esta idéia para eles trás dois significados, de restauração e julgamento. Israel cria que o “dia do Senhor” ,seria um tempo quando Israel seria plenamente restaurado (Amós 9:4, Isaías 11, Zacarias 8:4-8). As nações seriam julgadas (Amos 1). A mensagem de Amós cumpriu-se quando o Reino do Norte virtualmente deixou de existir após a invasao dos Assírios. Quando o Reino do Sul foi para o exílio, a esperança permaneceu, e reacendeu-se no Período da Restauração quando Zorobabel, um descendente de Davi tornou-se Rei. Esta esperança esta refletida no Salmo 126. A esperança Davídica de que um poder militar e político emergiriam novamente nos tempos de Zorobabel. Judá esperava que o descendente de Davi fosse aquele que os guiaria novamente a glória do Reinado de Davi. Ageu e Zacarias espelharam a expectativa que sondava Zorobabel. Mas quando seu reinado falhou, as esperanças se esvaneceram.



Mais uma vez durante a revolta dos Macabeus estas antigas aspirações nacionalistas se reavivaram. No entanto, não houve o surgimento de um rei Davídico, um ungido que trouxesse poder político e militar. Conforme você vai virando as paginas do Novo Testamento, ainda vemos um remanescente daqueles que criam iria restaurar um reino nacionalista a Israel (João 6:15, Atos 1:6)
Pensava-se que o Reino de Deus seria um reino deste mundo, que seria formado por Judeus. Não havia nada de espiritual ou futurista nesta idéia. O Reino era um sonho do nacionalismo Judaico. (Kallas 1968 119-121)

O conceito Apocalíptico do Reino
O segundo ponto de vista surgiu no Judaísmo aproximadamente no período Intertestamentário (404 AC – 6 AC). Durante este período surgiu uma nova forma de escrita, chamada Literatura Apocalíptica, então a expressao Reino de Deus popularizou-se. A esperança não havia desaparecido; apenas assumiu uma nova forma. Os profetas esperavam um reino nacionalista, enquanto que a esperança dos escritores apocalípticos era de um Reino Celestial que traria fim a este Século de Maldade. Um novo mundo entraria em cena trazendo o domínio de Deus. Este ponto de vista gerou o entendimento que Satanás domina este Século de Maldade. Quando Antíoco Epifanes desencadeou sua perseguição contra Israel (175 – 164 AC). Esta interpretação floresceu. Este horrível cataclisma do mal só poderia ser fruto de um conflito cósmico. O mal estava prevalecendo. O Bem estava sendo derrotado. Tudo o que era demoníaco e doente estava tomando o controle. Foi aí que a conciencia Judaica da presença de espíritos malignos começou a se desenvolver. Os livros do Período Intertestamentário nos abrem uma janela para entendermos o que o povo estava crendo nesta época. No livro de Enoque 54:3 – 6 Satanás é apresentado como o dominador de um reino do mal com muitos seguidores, os demônios. O livro do Jubileu 23:29 sugere uma era dourada quando o próprio Deus em seu Reino reverteria todo o mal de Satanás. O bem finalmente triunfaria, haveria cura, o poder das trevas sera derrotado.

O que fazer com tudo isso que aprendi?
É sempre importante aplicar o que você aprendeu. De uma pausa agora e peca ajuda ao Espírito Santo. Então medite em como transformar em prática, as seguintes perguntas.

- Como você resumiria o Ministério do Reino em sua vida?
- De que formas as palavras e ações de Jesus afetam sua vida?
- Como os conceitos de Domínio e Reino – Poder afetam a forma que você entendia o Reino de Deus?
- Como a idéia do nacionalismo Judaico se encaixa no corrente pensamento, que vê Israel como parte central do mover de Deus nos últimos dias?

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